ANESTESIA EMOCIONAL X ANTIDEPRESSIVOS
ALGUMAS PESSOAS QUE INICIAM UM TRATAMENTO COM ALGUM ANTIDEPRESSIVO REALMENTE PODEM EXPERIMENTAR UM CERTO EMBOTAMENTO AFETIVO (ANESTESIA EMOCIONAL). - VOCÊ JÁ SE SENTIU ASSIM?
A pessoa retorna referindo não sentir a mesma tristeza que antes, mas que também não consegue ficar feliz, que se sente indiferente, com as emoções ''anestesiadas''. Alguns não conseguem sentir raiva, mesmo quando deveria.
A CLASSE MAIS ASSOCIADA À ESSE EFEITO É A DOS INIBIDORES SELETIVOS DA RECAPTULAÇÃO DE SEROTONINA (EX: SERTRALINA, ESCITALOPRAM, FLUOXETINA, PAROXETINA, ETC).
UM ESTUDO COM 161 PESSOAS MOSTROU QUE 46% PODEM APRESENTAR ALGUM GRAU DE EMBOTAMENTO DO AFETO, 21% RELATARAM INCAPACIDADE DE CHORAR E 19% SE QUEIXARAM DE APATIA.
OUTRAS POSSIVEIS QUEIXAS ASSOCIADAS AO USO DE ANTIDEPRESSIVOS SÃO: DIMINUIÇÃO DE CRIATIVIDADE, CONCENTRAÇÃO, AMBIÇÃO, EMPATIA OU PRAZER, DIFICULDADE DE EXPRESSAR OPINIÕES, AUMENTO DE IRRITABILIDADE, ETC.
MAS POR QUE ISSO OCORRE?
O uso dos antidepressivos inibidores seletivos da recaptulação de serotonina (ISRS), que em resumo aumentam a concentração de serotonina na sinapse, com o passar do tempo podem ativar interneuronios GABA, que por sua vez, exercem uma ação inibitória sobre os circuitos dopaminérgicos e noradrenérgicos em suas projeções ao córtex pré-frontal.
Essa diminuição da atividade de dopamina e noradrenalina, tanto no CPF dorsolateral quanto no CPF ventromedial, seria então a explicação para tais consequências dessas medicações.
UMA VEZ QUE ISSO SE TORNE UM INCÔMODO MUITO INTENSO, PRECISAREMOS MANEJAR O TRATAMENTO. É IMPORTANTE QUESTIONAR E IDENTIFICAR, POIS OS EFEITOS COLATERAIS PSÍQUICOS LEVAM AO ABANDONO DO TRATAMENTO, TANTO QUANTO OS SINTOMAS FÍSICOS.
O EFEITO É DOSE DEPENDENTE, ENTÃO SUA REDUÇÃO PODE AJUDAR A MELHORAR ESSAS CONSEQUÊNCIAS.
OUTRAS OPÇÕES SERIAM: TROCAR POR UMA CLASSE COMO A DOS INIBIDORES DA RECAPTULAÇÃO DE SEROTONINA E NORADRENALINA (EX: VENLAFAXINA, DULOXETINA E DESVENLAFAXINA), OU ASSOCIAR A BUPROPIONA (IRND).
Todos os tratamentos devem individualizados e discutidos em consulta com seu médico!