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Sobre

Escetamina Intravenosa
e Intranasal

Nova fronteira de mecanismos de ação explorados para o tratamento de quadros depressivos graves ou refratários. Com bom perfil de segurança e resultados rápidos, eventualmente evidente desde a primeira aplicação.  

ESCETAMINA INTRNASAL (SPRAVATO ®)

​Essa medicação, disponível no Brasil desde 2020, quando foi aprovada pela ANVISA para o tratamento de Transtorno Depressivo Maior em adultos que não tenham respondido adequadamente a pelo menos dois antidepressivos diferentes com dose e duração adequadas para tratar o atual episódio depressivo moderado a grave (depressão resistente ao tratamento), em combinação com antidepressivos orais (tais como ISRS – Inibidores seletivos da recaptação de serotonina e ISRSN – Inibidores da recaptação de serotonina e norepinefrina).

SPRAVATO® é indicado, em conjunto com terapia antidepressiva oral, para a rápida redução dos sintomas depressivos em pacientes adultos com Transtorno Depressivo Maior
com comportamento ou ideação suicida aguda.

 

O custo elevado dessa medicação acaba sendo uma das principais barreiras para o nosso uso, apesar disso, pode ser solicitado pela cobertura dos planos de saúde. Apesar de ainda não constar no Rol de procedimentos da ANS, por haver registro da ANVISA, com indicações precisas, quando indicado corretamente o plano de saúde deve cobrir tal tratamento. 


CETAMINA RACÊMICA/ESCETAMINA INTRAVENOSA

A dose típica utilizada para fins antidepressivos é de 0,5mg - 1mg/kg, administrado por via intravenosa (IV) durante 40 - 60 minutos. Tal dose não produz efeitos anestésicos gerais. 

 

Em uso estudo com 883 aplicações, apenas 3 indivíduos apresentaram um estado de não responder aos estímulos, apesar disso permaneceram estáveis, sem necessidade de qualquer assistência ventilatória.

 

Outro estudo, com 205 infusões, não identificou alterações clínicas importante e não ocorreu diminuição da saturação de oxigenio nos pacientes. 

 

Em alguns serviços a Cetamina é administrada pela via subcutânea (SC), porém não há evidências suficientes da sua segurança, portanto não é recomendável a utilização dessa via. Ao utilizarmos a via intravenosa, com uma bomba de infusão, conseguimos controlar cuidadosamente a velocidade, além de termos a possibilidade de pausar ou interromper a infusão, caso ocorra algum efeito colateral importante. 

 

Como mencionado acima, a Cetamina Racêmica e a Escetamina Intravenosa são utilizadas de modo off-label no Brasil, pois não consta em suas indicações na bula o tratamento para depressão (visto que foi aprovada décadas atrás como uma medicação anestésica).

Apesar disso, há mais estudos utilizando a Cetamina do que estudos com a própria Escetamina, e dispomos de robusta comprovação científica da sua eficácia, sendo similar à Escetamina, no tratamento de depressão. 

 

COMO FUNCIONA O TRATAMENTO?


O tratamento com os antidepressivos convencionais costumam levar de 3 a 4 semanas para apresentarem resultados clínicos evidentes. Isso pode ser muito problemático em casos graves, com elevado risco de suicídio. Principalmente em situações em que não é possível a internação hospitalar do paciente.
E se considerarmos que muitos casos não vão responder à primeira tentativa medicamentosa, ou apresentarão efeitos colaterais que demandem a troca da medicação, essa situação se torna ainda mais dramática.

Então é muito interessante a idéia de um tratamento que possa provocar o alívio de maneira mais imediata dos sintomas depressivos, concorda?

Bom, o uso da Escetamina tem demonstrado que podemos obter efeitos terapêuticos já duas horas após a aplicação, com pico em 24h, e persistindo por até duas semanas (caso não sejam feitas novas aplicações), se estendendo por meses com os protocolos atuais, e assim nos dando mais tempo para ajustar o tratamento com os antidepressivos. 

Outro ponto interessante da Escetamina, é que ela possui um mecanismo de ação diferente de todos os antidepressivos tradicionais, inclusive contraria a Teoria das Monoaminas, que afirma que a Depressão é uma doença que se origina na deficiência na atividade/transmissão de serotonina, dopamina e noradrenalina, sistemas nos quais agem os antidepressivos atuais.

A Escetamina atua principalmente como antagonista dos receptores glutamatérgicos NMDA. Seu efeito antidepressivo permanece mesmo após cessar a ação da droga no organismo e seus efeitos psíquicos transitórios, o que nos mostra que é a exposição à substância, e não o resultado direto da intoxicação por ela, que estaria provocando o alívio dos sintomas depressivos. 

Apesar de ter se mostrado um tratamento bem seguro, é recomendado que a aplicação seja feita em ambiente hospitalar ou em uma clínica equipada com monitor cardiovascular (ECG, Pressão Arterial e Oximetría), estrutura para fornecer suporte de Oxigênio se necessário, assim como suporte avançado à vida ou transporte disponível para transferência à ambiente hospitalar. Os efeitos colaterais mais comuns são a elevação da pressão arterial durante a infusão (em aproximadamente 15%), náuseas, cefaléia, e os chamados sintomas dissociativos (uma transitória percepção alterada da realizada, podendo ocorrer alucinações). 


COMO SÃO REALIZADAS AS SESSÕES?

 

Após a triagem pela enfermagem, onde são aferidos os sinais vitais, e após a avaliação psiquiátrica, em que sempre reavaliamos a resposta ao tratamento e ajustamos a dose e a programação, o paciente é encaminhado para um ambiente tranquilo e silencioso, com pouco estímulo luminoso.

É aconselhável o uso de fones de ouvidos, com playlists tranquilas. Alguns pacientes também preferem o uso de tapa-olhos. É permitido que um acompanhante fique na sala durante a infusão. 

É necessário um período de jejum alimentar, de pelo menos quatro horas, a fim de se evitar náuseas e vômitos durante o tratamento. Também podem ser administradas medicações para alívio de sintomas colaterais, como a cefaléia, a elevação da pressão arterial e as próprias náuseas. 

Após o término da infusão, o paciente permanece em repouso na clínica por mais um período, até que seja liberado pelo médico. Para isso, ele precisa estar com sinais vitais normais, bem desperto e sem efeitos colaterais importantes. 

Nos protocolos com o Spravato®, são utilizados até três frascos no máximo (totalizando 84mg). Cada frasco fornece dois disparos, de preferência um em cada narina. Devemos dar um intervalo de 5 minutos entre cada frasco. Após as aplicações o paciente também permanece em observação, onde será reavaliado constantemente pela equipe de enfermagem até que seja liberado pelo médico.

Sobre os protocolos utilizados, geralmente são feitas 2 aplicações semanais, por 4 semanas, seguidas por um período de redução gradual. ainda há poucos dados sobre a segurança do uso prolongado ou permanente, porém um estudo que comparou antidepressivo + Cetamina vs. antidepressivo + placebo, durante 16 semanas, mostrou que o primeiro grupo evoluiu com maior eficácia na prevenção de recaídas em quadros de depressão resistente ao tratamento, além de mostrar boa segurança. 

Realmente tem sido uma mudança de paradigma no tratamento da depressão, e aumentou o interesse da comunidade científica em estudar diferentes circuitos cerebrais e seus papeis nessa doença. 

Caso ainda tenha alguma dúvida sobre o tratamento, entre em contato, nossa equipe estará pronta para esclarecer todas as suas dúvidas!

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